Já era tardezinha. O crepúsculo anunciava uma noite fria.
Como sempre, naquele mesmo horário, passava eu na rua que estava próxima à praça.
Ali estava ela, sentada no seu banco de madeira que ficava no alpendre de sua casa. Contemplava os que passavam. Como eu queria saber o que poderia estar se passando nos seus pensamentos... Será que apenas olhava, será mesmo que os via?
A noite já se fazia alta em sua vida...
Os olhos mostravam uma vida bem vivida. A alegria que trazia em seu ser, era sinal que fizera uma boa escolha...
Queria parar, conversar, conhecer um pouco dela. Aprender com ela coisas que só o tempo nos dá capacidade de saber... a sabedoria.
Mas já se fazia tarde. E o sinal já tocará anunciando que era hora...
Ao voltar da aula, aquele mesmo trajeto fazia. Olhava para o alpendre. Ali, só via o banco de madeira. Sentia um leve desconforto. Uma vontade de vê-la. Saber se estava bem.
Mas já era tarde. Precisava descansar, precisava no amanhã recomeçar. E quem sabe, neste novo dia, haveria um momento para que eu pudesse esquecer-me de mim, para adentrar neste mundo vivido, percorrido por ela.
Era tudo que eu mais queria.
Amanhã... amanhã será um novo dia, pensava eu. Sim, amanhã... um novo dia...
Elisângela Terra
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