A HISTÓRIA DE UMA ÁRVORE
Eu sempre amei as crianças. E depois do dia que elas me salvaram, eu daria a minha vida por cada uma delas.
Era de manhã e alguns homens chegaram e ficaram me olhando. Eles falavam coisas que eu não entendia porque eu só entendo quando as crianças falam. Mas, mesmo sem entender nada, eu fiquei com muito medo.
Eu sou uma árvore muito grande e frondosa. Eu nasci perto de em uma praça, cheia de outras árvores e muitos pássaros. A vida aqui sempre foi muito animada. Passava o dia enlevado com as crianças que vinham e brincavam por horas, perto de mim ou em cima de meus galhos.
E os pais de muitas dessas crianças, também já brincaram em meus galhos, assim como os pais destes pais... faz muito, muito tempo mesmo que eu vivo aqui!
Naquele dia, quando Pedrinho chegou para pegar o ônibus que o levaria para a escola, ele perguntou para aqueles homens o que eles estavam fazendo ali.
Um deles respondeu com rispidez que eles estavam ali para cortar aquela árvore.
Pedrinho falou para eles que era errado me cortar. Os homens mandaram Pedrinho ir embora. Eles eram muito mal humorados.
Foi quando chegou o resto da turma. Pedrinho contou para eles o que estava acontecendo. As crianças falaram que não deixariam eles me fazerem mal. E, para me proteger, elas fizeram uma roda ao redor do meu tronco e me abraçaram.
Um dos homens gritou para que as crianças saíssem dali.
Foi quando chegou o seu João, que é o vovô de Pedrinho. Ufa... ele chegou bem na hora.
Seu João conversou com os homens que, muito nervosos, mandaram que eles fossem embora.
Toda aquela confusão chamou a atenção de outras pessoas que moram aqui perto.
Que bom... até a dona Zilá, que é considerada a fofoqueira da rua, foi lá para me defender. E, olha que de vez em quando, ela implicava comigo, quando o vento soprava quase o dia todo, e, levava minhas folhas para sua casa.
As crianças ficaram o tempo todo me protegendo. Enquanto os adultos debatiam sobre a importância de uma árvore e aqueles homens defendiam que eu era muito perigosa e poderia causar mal para alguém.
Puxa! Aquela confusão toda acabou quando o senhor Teotônio, o digníssimo prefeito, apareceu e falou que eu não seria mais cortada.
Então foi aquela festa! As crianças me abraçaram ainda mais forte e eu me senti muito amada!
Toda esta confusão foi parar no jornal da cidade e o prefeito, que não queria problema com seus eleitores, resolveu fazer uma reforma na praça da cidade e minha vida voltou ao normal.
Elisângela Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário